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sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

A faca do marinheiro - poço sem fundo 6





EM BRASILEIRO

- Boa noite colega velejador!

- Lembra-se do nosso último post da série "Poço sem fundo"?
- Sim, esse mesmo, em que "assistimos" a parte final do famoso episódio da luta de Gilliat com o polvo gigante.

"Mais um segundo e a sua boca aplicar-se-ia sobre o peito de Gilliatt. Gilliatt, sangrado no corpo e preso pelos braços, estaria morto. Mas Gilliatt vigiava. Espreitado, espreitava. Evitou a antena, e, no momento em que o bicho ia agarrar-lhe o peito, a sua mão armada abateu-se sobre o bicho. Houve duas convulsões em sentido inverso: a do polvo e a de Gilliatt. Foi luta de dois relâmpagos. Gilliatt mergulhou a ponta da FACA na viscosidade chata e, com um movimento giratório semelhante à torção de uma chicotada, fazendo um círculo à roda dos dois olhos, arrancou a cabeça como quem arranca um dente. Estava acabado. O bicho caiu."

OS TRABALHADORES DA MAR de Victor Hugo, traduzido por Machado de Assis

- Eletrizante essa passagem não?
- Dela, tiro vários ensinamentos. O marujo deve ser forte, deve ser ágil, deve evitar o pânico, deve conhecer os hábitos das criaturas marinhas, mas também deve ter sempre à mão uma boa FACA.
- No momento eu tenho duas facas a bordo da "Estrela", uma de mesa e outra de cortar pão.
- Não, nenhuma faca de "combate"!
- Tive uma faca de mergulhador, presa à perna segundo manda o figurino, mas ela caiu na MAR.
- Preciso comprar outra.
- Mas antes tenho de pesquisar qual a faca ideal para um marujo-velejador de canoa- rústica-a-remo-e-à-vela como eu.
- Algum dos amigos leitores tem alguma sugestão de marca, tipo e dimensões?
- Sabe o que eu gostaria de saber também?
- Uma coisa impossível.
- Quantos marinheiros já se salvaram da morte, graças a uma boa faca e quantos já pereceram justamente por falta dela desde que nós, irrequietos macróbios humanos começamos a navegar na MAR.
- Alguém faz uma idéia?
- Minutinho, deixa eu reler o que a Bíblia da Vela francesa diz sobre a faca do marujo.



EM FRANCÊS

LE COUTEAU

Aux Glénans, on glorifie le petit canif du marin, non pas pour les services qu'il peut rendre losqu'il s'agit de trancher le saucisson en rondelles, mais plutôt pour sa polyvalence losqu'il faut couper une amarre, retailler une latte, joeur du poinçon, du tire-bouchon, de l'ouvre boîte ou du coupe-ongles. Une sage précaution consiste à faire un trou dans la manche et d'y fixer une garcette pour qu'il devienne inséparable du pantalon.

extrait de "Les Cours des Glénans"  link-do-livro

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