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quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Florence Arthaud - velejadora solitária

 Após termos falado de mais de dez velejadores solitários, todos barbados, todos homens, vamos falar, amigos, da primeira mulher que conseguiu descolar um lugar, no até então exclusivamente masculino mundo da vela. Morena, jovem, bonita, cheia de classe, charme e coragem...  
- Florence Arthaud entrou em coma e sofreu uma conseqüente e passageira paralisia aos 17 anos, após um grave acidente automobilístico.
 
link da imagem 

 
Florence Arthaud abandonou a faculdade de medicina pela vela, aos dezenove anos.
Florence Arthaud é filha de Jacques Arthaud que presidiu os destinos da importante editora Arthaud, de 1960 a 1977. Tendo publicado uma ótima série de livros de aventura intitulada "MAR", da qual fazem parte obras dos mestres Tabarly e Moitessier, dentre outros.
Ao participar da sua primeira regata oceânica, aos 21 anos, Florence Arthaud aproximava-se do porto de chegada tão exausta, que caiu do alto do mastro e só não morreu espatifada no convés, porque a adriça da vela grande enroscou-se numa das suas belas pernas, salvando-a.  
Em 1990, Florence Arthaud bate o recorde da travessia do Atlântico Norte em solitário e poucos meses depois vence a quarta edição da famosa regata "Route du Rhum".
Ainda em 1990 Florence Arthaud grava uma canção de sua autoria, "Flo", em dueto com Pierre Bachelet. Natural, após muito navegar em solitário todo marujo/a se torna cantor/a, pois que cantar em plena MAR é uma das maiores diversões dos navegantes. Faço isto com freqüência e aposto que você, amigo marujo, que muito tem deslizado sobre a divina mar, idem. Durante minha última expedição, cantei várias vezes:
 
"meu coração não se cansa, de ter esperanças,
de um dia ser tudo que quer"
Caetano Veloso
 
Oito anos antes desta primeira vitória, durante uma outra edição da solitária "Route du Rhum", Florence Arthaud caiu no mar, sorte que o vento soprava fraco e ela conseguiu voltar a nado, pro seu veleiro desgovernado. Sorte grande, como dizia minha avó Balbina Gomes!
Em 2001 Florence Arthaud foi processada por ter insultado e agredido um hoteleiro francês, não chegando a ser condenada. Eu entendo este ato de violência da bela e cascuda Florence. Depois de muito sofrer nas duras mãos da perversa Netuna, a gente sente naturalmente vontade de descontar em alguém. Perdoável.
Ano passado, 2007, Florence Arthaud  chegou por mar, claro, ao Brasil, Salvador-Bahia, a bordo do veleiro "Deep Blue" cujo governo ela dividiu com Luc Poupon. Conquistaram juntos o nono lugar na regata Jacques Vabre.
Curiosos pra conhecer a letra da canção "Flo" de Florence Arthaud, que naturalmente fala do mar e da arte-zen de velejar?. Fui pesquisar especialmente pra vocês. Ouçam um extrato de um minuto.
 
link do vídeo

[Flo]
C'est bien le nom que tu voulais
Toi qui ressembles à la marée
Sur les cailloux de St-Malo
Sous tes paupières ultra-marines
Parfois je lis ou je devine
La solitude des bateaux
[Pierre]
T'es comme un rocher sur la lande
Tu ne bouges pas tu te demandes
Où peuvent bien aller les rivières
[Refrain] :
Chacun est fait comme il est
Chacun prend feu comme il peut
Mais sous le ciel immense
Tous les rochers du silence
Tous les oiseaux en partance
Se retrouvent parfois
Chacun est fait comme il est
Chacun prend feu comme il peut
Chacun va son chemin
Jusqu'à l'endroit du destin
Où se retrouvent les mains
Qui se quittaient déjà
[Pierre]
Quand mon voilier s'envole sur l'eau
J'ai l'impression d'être un oiseau
Mais j'ai le cœur sans illusion
T'as l'nom d'un cailloux qui affleure
On pourrait naufragé le cœur
Danger pour la navigation
[Flo]
Même si la pluie te mouille parfois
Les vagues tournent autour de toi
C'est toi qui les mènes en bateau
[Refrain] x2

Extrato da newsletter n° 16 de 11/8/2008

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