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segunda-feira, 16 de agosto de 2010

"Do Optimist ao Iate de Oceano" - livro


" Para que as adriças não fiquem batendo continuamente contra o mastro, barulhinho enervante e monótono, elas devem ser peadas para os ovéns”.

João G. Schmidt

Conheço um velejador que me disse que esse barulhinho é música para os ouvidos dele. Donde se concluiu que em cada cabeça rola uma sentença. Mas se há algo que me deixa muito feliz, amigos, é ler num livro sobre vela um procedimento que descobri sozinho, face a um problema real. Pode ser a coisa mais simples do mundo. Como este óbvio método de pear as adriças para os estais ou ovéns, como quer mestre João G. Schmidt.

Faço exatamente isso quando o vento refresca e elas começam a bater contra o mastro produzindo esse barulinho melancólico-irritante que todos nós velejadores conheçemos bem. Qualquer barulho deve, quando possível, ser evitado num barco à vela. Concordam? Lendo “Do Optimist ao Iate de Oceano” fiquei feliz umas treze vezes por conta desses achados.

- Sinal de que voce não fez uma boa escola de vela!



Diria um leitor precipitado.



- Engano seu precipitado leitor. Estudei vela numa das melhores escolas de vela do mundo. Les Glénans. Conhece? E depois li a “bíblia francesa da vela” tim tim por tim tim, como diria minha avó Balbina. É bem verdade que não passei mais de vinte dias na base de Marseillan dos Glénans, onde realizei um estágio de 16 e um curso de 4 dias. Também é verdade que muita coisa que li na imensa bíblia da vela francesa ( 1312 páginas ) não consegui entender.

- Seja como for adoro ler num livro sobre vela um procedimento que descobri sozinho guiado pelo bom senso ou premido pela grande mão de aço inox da necessidade.




Às vezes me pergunto se nossos livros e mestres deveriam nos ensinar tudo. Quem nos ensina algo nos impede de saborear o doce prazer da descoberta. É porisso que serei eternamente grato ao mestre Nils Ostergren. Ele teve a sabedoria de me iniciar na vela, durante a transformação da minha humilde canoa a remo “Estrela d’Alva” em canoa alada, com economia máxima de ensinamentos. Falava com prazer da suprema arte de velejar, sem me explicar quase nada. Mostrava artigos e fotos de revistas antigas com vivo entusiasmo. Respondia laconicamente às minhas perguntas sem menosprezar minha inteligência. Um dia ele me fez um tremendo elogio. Curiosos pra saber qual? Pois leiam!

– Voce estava cego Fernando e agora começou a enxergar.

– Saúde mestre Nils!

A propósito do mestre Nils leiam o interessante artigo publicado sôbre ele no jornal “Convés” de Cabo Frio.

http://www.navegare facil.com. br/

Fernando Costa

Newsletter n° 5 de 5 de março de 2008 - projeto Estrela d'Alva

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