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quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

"Velejar é um jogo de sedução" ou "Só de calcinha e sutiã, velejando em noite de lua cheia, usando o vestido como vela - ritual pra ver uma favorita 2


Faz um tempão que estou olhando pra essa bela foto aqui. Não cheguei a realizar com ela meu "ritual para ver uma imagem predileta", o que é de se lamentar, mas deu pra perceber alguns detalhes e imaginar várias possibilidades que partilho com as amigas e amigos leitores.
A foto é linda, mas também é imperfeita. Pra mim tudo bem, a beleza não precisa ser perfeita pra ser bela. Mas a beleza basta ser bela pra fazer bem. A mais grave imperfeição desta foto é o veleirinho LowTech do terceiro plano não estar velejando com tudo em cima, ao sabor de uma forte brisa, capaz de encapelar bastante a superfície deste lago.
Olhando pra foto, pensei que uma mulher e um barco à vela são muito parecidos. Quase idênticos.
A vela de uma mulher é seu vestido, de preferência branco, que é a cor do amor, de preferência comprido, como o da foto, pra alongar sua figura.
Mulher de verdade pra mim veste sempre um vestido delicado e romântico como esse da foto, quando vem namorar. Gosto de namorar mulher de calça comprida não, mesmo que seja apertadinha. E o amigo leitor?
Mulher de saia e blusa ou pior, mulher de blusa e bermuda é inaceitável. Se estiver acima do peso, como a maioria das brasileiras dos obscuros tempos que correm, já era! Está dispensada. Não, não, absolutamente, quem falou em preconceito contra as obesas? Eu, amiga leitora? Estamos falando de estética, só disso. Voltemos à imagem. O vestido do veleiro, que pros ingleses é feminino, são suas velas.
Pensei também que nada combina melhor com um barco à vela, do que uma jovem mulher esguia, de vestido e não de biquini. Porque essa expressão de espanto amigo leitor? O gosto é livre... Gosto de mulher de de biquini em piscina. A bordo de um barco à vela, no meu ver, as mulheres deveriam sempre usar vestido como o da foto, a menos, a menos que se tratasse de atravessar uma tempestade. Aí a roupa de mau tempo faz-se necessária. Mais que necessária, obrigatória.
Se eu fosse criar um comercial de perfume feminino, filmaria 30 jovens mulheres com vestidos brancos e compridos, iguais ao da foto, velejando em solitário 30 "Estrelas d'Alvas". Isso não no lago da foto, mas na enseada da praia do Foguete em Cabo Frio. Sim, sim, claro que sim, fundo MAR com a linha do horizonte a dois terços do tope, de tal modo que não aparecesse nenhum cubo-de-cimento, desses
que infestam e enfeiam a cidade de Cabo Frio por toda parte.
- Comercial? Falei em comercial? Por que não falei em filme de arte? Porque tudo tem de virar comercial? Porque tudo tem de ser comprado e vendido? Ah, sim porque estamos mergulhados de cabeça na piscina cheia de ratos da sociedade de consumo. Ok. Entendido.
As mulheres em geral ainda não descobriram que um barco à vela tem tudo
a ver com elas. E mais ainda, que são elas e não os homens, que melhor governam um barco à vela num braço de MAR, rio ou lagoa. De preferência num braço de MAR.
- Por que?
- Questão fisiológica já bastante divulgada. Vocês mulheres possuem mais ligações entre o lado direito e esquerdo do cérebro, que nós homens.
- Ligadas?
- O que isso significa na prática?
- Significa que vocês mulheres são capazes de realizar mais atividades diferentes em paralelo, que nós homens. E é exatamente dessa capacidade que precisamos para bem navegar um barco à vela.
Assunto correlato. Homem disposto a entender de mulher deve começar aprendendo a velejar... E quem veleja bem, sempre conquista facilmente qualquer mulher. Mesmo que seja tímido. Porque um barco à vela nos ensina que existe sempre um meio de se chegar onde se quer, com qualquer vento.
- Já perceberam amigos, que velejar é um jogo de sedução?
- Requer feeling, requer instinto apurado, requer flexibilidades mil, muita paciência, alguma experiência, muito treinamento, altas doses de concentração e bastante intuição.
Dúvida atroz aqui amiga leitora, não sei se a elegante moça da foto é namorada do velejador dono de veleirinho LowTech que aparece no terceiro plano ou se o barquinho pertence a ela mesma.
- O que é que você acha?
- Na minha fantasia ela é namorada e proeira do velejador-dono-do-humilde-barquinho-com-mastro-de-escora-de-eucalipto, da foto.
Mas, naturalmente, por ser fêmea, perdão, mulher, veleja melhor do que ele. Coisa que ele ignora. Os amigos deles dão indiretas, mas ele jamais percebe esta evidência.
Após cada velejada ele costuma enrolar a vela em volta de retranca e levá-la de bicicleta pra casa.
A moça, cujo nome é Marina, durante o verão, nas noites de lua cheia, quando há vento, por volta das 2 h da manhã, sente uma imensa vontade de velejar.
- Sabe, desses irreprimíveis desejos de mulher? Pois então...
Que faz ela então? Pula n'água de vestido e tudo, nada até o veleirinho da foto, sobe a bordo com facilidade (haja força nos braços!) e tira o vestido. Fica só de calcinha e sutiã e usando o próprio vestido (depois de bem torcido, pra escorrer toda a água) como vela-de-fortuna, dá ótimas velejadas até pouco antes do nascer do sol. Antes de nadar de volta até à margem, ela amarra o barquinho à bóia, com o mesmo nó que o namorado costuma usar. O famoso lais-de-guia.
- O que é que foi? Embarcou na minha fantasia não, amiga leitora?
- Posso saber por que?
- Ahhh! Acha que não é possível velejar usando um vestido à guisa de vela?
- Se você souber velejar, minha cara, veleja às custas de qualquer superfície que oponha resistência ao vento.
- Tinha de me ver ontem velejando a "Estrela d'Alva" com vento forte, no canal de Itajuru.
- Adivinha o que foi que usei como vela?
- Um vestido branco?
- Não, não, costumo velejar vestido, mas não com femininos vestidos.
- Com uma sacola de fazer compras?
- Errou. Minha vela era eu mesmo, quero dizer meu próprio corpo. Velejei assim do Clube Náutico até em frente à antiga Caça e Pesca. Orcei e tudo... Quem viu, ou não entendeu ou não acreditou. Duro depois foi voltar pro TT a remo. Mas isto é outra estória.
- Voltemos à nossa estória.
- Reparou na elegância da pose da modelo, amigo leitor?
- Sai por aí procurando uma outra gata, com esta mesma silhueta e capaz de fazer uma pose tão delicada, tão sutil quanto esta aí, pra ver se você encontra.
- "É ruim hein?" Primeira vez que uso esta expressão chula na minha vida.
Repare na leveza das mãos, dos braços, das pernas, dos pezinhos da modelo. Delícia. Diria o Zeca. O perfil do rosto é que não ficou bonito, mas o todo é tão bonito, que só os mais perspicazes, como eu, notam esse detalhe.
A moça da foto possui ao menos três adoradores-voyeurs-secretos, entre eles, eu, que a assistem velejar seminua, de madrugada, nas noites de verão com vento, através de possantes binóculos importados, sempre escondidos por trás das cortinas...
- O namorado da Marina, ignora tudo isso que acabo de contar pra vocês.
- Mas quantas coisas há, que as mulheres fazem em segredo e que os homens morrem sem jamais saber? Hein? Uma? Duas? Três? Mil?
- Quantas? Digam-me quantas pra eu saber!
Ah, ia-me esquecendo de dizer. A nossa romântica foto foi feita no mesmo ano em que o Amyr Klink nasceu. O nome do fotógrafo é Edouard Boubat e o da modelo é Sophie, mulher do fotógrafo. O lago fica nos Pirineus, fronteira entre a França e a Espanha. Gostaram? Então fiquem livres pra acrescentar seus comentários.

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