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domingo, 12 de setembro de 2010

"Só amor me move" - diário da estrela - newsletter 15/2008

Boca do Canal de Itajuru - foto: Fernando Costa

Minha última expedição, que seria para a colossal lagoa de Araruama, acabou sendo para Cabo Frio. Entenda-se Cabo Frio como o largo pedaço de MAR que vai do Forte de São Mateus à extremidade sul da praia dos Tucuns, incluindo as ilhas dos Papagaios, Dois Irmãos, Comprida, Redonda, Capões, Breu e as nervosas Emerências de Dentro e de Fora.


Os melhores momentos dessa pequena aventura foram a circunavegação, pela primeira vez, este ano, das ilhas Redonda e Capões e uma boa velejada com vento forte, numa das áreas mais perigosas da Região dos Lagos, que vai da ponta SW da ilha dos Papagaios ao forte de São Mateus e da Ponta da Lajinha à entrada do Canal de Itajurú, onde eu gostaria que houvesse um mosteiro cheio de monges-budistas, sempre meditando em absoluto silêncio, de olho nas águas agitadas, quando o vento sopra forte, daquela ameaçadora garganta de pedra.

foto - Evandro Lopes

Em vez disso, existe (quase sempre) ali uma galera ululante que grita, que assovia, que se movimenta sem cessar, tirando a concentração do pobre velejador, que decide entrar ou sair do Itajurú, com as velas em cima. Acrescente-se a isso lancheiros e jet-skizeiros, que circulam naquele cotovelo quente (quase sempre) a mil por hora. Isso sem falar dos mergulhadores, surfistas e mesmo simples nadadores que volta e meia atravessam o canal quase invisíveis. Isso sem falar dos barcos a remo ou a motor, que fundeiam na entrada ou saída do canal pra pescar. Isso sem falar dos pescadores da margem, que atiram seus anzóis no canal e protestam irados, quando eles engancham na bolina do veleiro. Isso sem falar dos pesqueiros grandes que entram (quase sempre) no canal sem apitar, com velocidade maior que a aconselhada pela prudência... Não, não, pelo amor de Deus, não quero ser o arauto da tragédia, mas se esse comportamento coletivo de alto risco continuar, um acidente grave poderá ocorrer na boca do canal de Itajurú.


E, por favor, amigos cabofrienses, não me queiram mal, que estas observações que faço, só as faço pensando na segurança e bem estar de todos nós, que precisamos entrar ou sair navegando do canal de Itajurú. Como escreveu o poeta, "só amor me move". Amor pelo que existe de mais precioso neste mundo de deus e do diabo, a vida humana. Compreendem? Espero que compreendam. Embora saiba que compreender uma crítica construtiva não é especialidade dos "bípedes implumes".


Decidi não adentrar a lagoa de Araruama porque sofri uma contratura nos músculos do ombro, pouco antes de embarcar. ( Tive até de pedir ajuda aos meus colaboradores.)  E pra lagoa de Araruama, varrida por ventos fortes, nesta época do ano e cheia de obstáculos não sinalizados, é bom você ir 100% ou melhor, não ir. Isto por princípio de precaução. Concordam?


Cabo Frio

A ocupação humana das terras aonde viria se estabelecer a cidade de Cabo Frio teve início há mais ou menos 6.000 anos, quando um pequeno bando nômade de famílias chegou em canoas pelo MAR e acampou no Morro dos Índios - até então pequena ilha rochosa na atual Barra da Lagoa de Araruama e ponto litorâneo extremo da margem de restinga do Canal do Itajurú.
Conforme as evidências arqueológicas encontradas nesse "sambaquí", que mais tarde seria abandonado pelo esgotamento de recursos para sobrevivência, o grupo nômade dispunha de tecnologia rudimentar e baseava-se numa economia de coleta, pesca e caça, onde os moluscos representavam quase todo o resultado do esforço para fins de alimentação e adorno. Há mais de 1.500 anos, os guerreiros indígenas tupinambás começaram a conquista do... continua em link do texto.

Bons ventos!

Extrato da newsletter n° 15 de 29 de julho de 2008 – projeto Estrela d’Alva.

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