Ilha Misteriosa - foto de Fernando Costa
ICMBio
Encontro-debate entre a natureza e o sagrado
A Brasília (08/10/2015) – O presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Cláudio Maretti, se reuniu com representantes de diversas tradições religiosas para discutir a relação entre a natureza e o sagrado. O encontro teve como foco as unidades de conservação (UCs) como espaços privilegiados para a conexão do homem com a
natureza e a espiritualidade.
Realizado na sede do Instituto, em Brasília, na tarde de quarta (7), o evento "Unidades de Conservação: Encontro com o Sagrado" faz parte dos "Diálogos ICMBio", iniciativa que busca uma aproximação com os diferentes segmentos da sociedade brasileira. De acordo com Maretti, o objetivo é entender os múltiplos interesses sociais em relação às UCs, ampliando a compreensão sobre a importância das áreas protegidas.
"Nós, representantes do governo, precisamos cumprir a missão de cuidar da biodiversidade dialogando com a sociedade. Qualquer que seja a crença, a natureza é essencial para todos", afirmou.
Também presentes no evento, o secretário de Meio Ambiente do Distrito Federal, André Lima, e o secretário nacional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos, Paulo Roberto Maldos, ressaltaram o valor da participação social para a gestão pública. "Existe uma forte conexão entre o sagrado e o território, o espaço concreto onde pisamos cotidianamente. Através desse encontro, o governo brasileiro se qualifica para cuidar melhor das nossas unidades de conservação", pontuou Maldos.
Meio ambiente e espiritualidade
Composto por dois blocos de exposições e debates, o encontro contou com a presença de dez palestrantes, que compartilharam diferentes visões religiosas a respeito da relação do homem com a natureza.
O evento foi norteado por questionamentos como "Qual a percepção da sua instituição sobre o meio ambiente, a biodiversidade e a importância das UCs?", "Qual a relevância dessas áreas para a conexão com a natureza, a espiritualidade e o sagrado?", "Como sensibilizar a sociedade em relação às UCs e como a sua instituição pode contribuir nesse sentido?".
Representando o candomblé, Mãe Railda falou da relação intrínseca entre seus rituais e os elementos da natureza. "Os adeptos do candomblé aprendem desde cedo a respeitar o meio ambiente, pois dele dependem as nossas liturgias. Como diz o ditado yorubá: sem folha não há orixá".
Osvaldo Condé, representante da tradição islâmica, também destacou a importância da educação e do respeito à natureza. "Precisamos aprender que todas as formas de vida são interdependentes. Nenhum grande profeta digno desse nome pregou a violência ou a destruição do meio ambiente, pois o espaço que habitamos também foi feito por Deus e precisa ser respeitado e protegido", argumentou.
Falando em nome do catolicismo, dom Leonardo Steiner discorreu sobre a encíclica divulgada este ano pelo Vaticano, na qual o papa Francisco faz alertas a respeito do meio ambiente, ressaltando a responsabilidade humana em relação ao planeta, a "nossa casa comum". "As áreas de preservação são espaços onde podemos restabelecer relações vitais, resgatar nossa força e espiritualidade", frisou dom Leonardo.
Já o pajé Antônio Xukuru-Kariri, que compartilhou a visão dos povos indígenas, iniciou sua fala agradecendo à mãe Terra: "Os indígenas são filhos da floresta. E ela tem riqueza, que não é dinheiro; tem remédio, porque ela é saúde; e tem educação, pois nos dá sabedoria", elencou. "O chamado progresso, para os povos indígenas é extermínio", criticou o pajé.
Na sequência, outras lideranças religiosas e espiritualistas deram importantes contribuições e enriqueceram o debate, compondo um grande painel interreligioso de tradições, culturas e, sobretudo, respeito à diversidade, como a pastora Waldicéia da Silva, que falou em nome do... LINK
natureza e a espiritualidade.
Realizado na sede do Instituto, em Brasília, na tarde de quarta (7), o evento "Unidades de Conservação: Encontro com o Sagrado" faz parte dos "Diálogos ICMBio", iniciativa que busca uma aproximação com os diferentes segmentos da sociedade brasileira. De acordo com Maretti, o objetivo é entender os múltiplos interesses sociais em relação às UCs, ampliando a compreensão sobre a importância das áreas protegidas.
"Nós, representantes do governo, precisamos cumprir a missão de cuidar da biodiversidade dialogando com a sociedade. Qualquer que seja a crença, a natureza é essencial para todos", afirmou.
Também presentes no evento, o secretário de Meio Ambiente do Distrito Federal, André Lima, e o secretário nacional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos, Paulo Roberto Maldos, ressaltaram o valor da participação social para a gestão pública. "Existe uma forte conexão entre o sagrado e o território, o espaço concreto onde pisamos cotidianamente. Através desse encontro, o governo brasileiro se qualifica para cuidar melhor das nossas unidades de conservação", pontuou Maldos.
Meio ambiente e espiritualidade
Composto por dois blocos de exposições e debates, o encontro contou com a presença de dez palestrantes, que compartilharam diferentes visões religiosas a respeito da relação do homem com a natureza.
O evento foi norteado por questionamentos como "Qual a percepção da sua instituição sobre o meio ambiente, a biodiversidade e a importância das UCs?", "Qual a relevância dessas áreas para a conexão com a natureza, a espiritualidade e o sagrado?", "Como sensibilizar a sociedade em relação às UCs e como a sua instituição pode contribuir nesse sentido?".
Representando o candomblé, Mãe Railda falou da relação intrínseca entre seus rituais e os elementos da natureza. "Os adeptos do candomblé aprendem desde cedo a respeitar o meio ambiente, pois dele dependem as nossas liturgias. Como diz o ditado yorubá: sem folha não há orixá".
Osvaldo Condé, representante da tradição islâmica, também destacou a importância da educação e do respeito à natureza. "Precisamos aprender que todas as formas de vida são interdependentes. Nenhum grande profeta digno desse nome pregou a violência ou a destruição do meio ambiente, pois o espaço que habitamos também foi feito por Deus e precisa ser respeitado e protegido", argumentou.
Falando em nome do catolicismo, dom Leonardo Steiner discorreu sobre a encíclica divulgada este ano pelo Vaticano, na qual o papa Francisco faz alertas a respeito do meio ambiente, ressaltando a responsabilidade humana em relação ao planeta, a "nossa casa comum". "As áreas de preservação são espaços onde podemos restabelecer relações vitais, resgatar nossa força e espiritualidade", frisou dom Leonardo.
Já o pajé Antônio Xukuru-Kariri, que compartilhou a visão dos povos indígenas, iniciou sua fala agradecendo à mãe Terra: "Os indígenas são filhos da floresta. E ela tem riqueza, que não é dinheiro; tem remédio, porque ela é saúde; e tem educação, pois nos dá sabedoria", elencou. "O chamado progresso, para os povos indígenas é extermínio", criticou o pajé.
Na sequência, outras lideranças religiosas e espiritualistas deram importantes contribuições e enriqueceram o debate, compondo um grande painel interreligioso de tradições, culturas e, sobretudo, respeito à diversidade, como a pastora Waldicéia da Silva, que falou em nome do... LINK
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