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Com todo o respeito pelas famílias das vítimas das violentas enxurradas acontecidas esta semana em Teresópolis quero dizer-lhes o seguinte.
( Quem estiver deprimido, ou for sensível demais à sinceridade, por favor, não leia o que vai escrito a seguir. )
- Cansei amigas e amigos!
- Cansei dessas antigas tragicomédias tantas vezes anunciadas e sempre, sempre repetidas no Brasil, como se fossem novas.
- Toda estação de chuvas é a mesma estória.
- Cai um temporal um pouco mais forte, do que o normal, em alguma cidade brasileira e no minuto seguinte edifícios, casas e barracos vêem abaixo matando dezenas, centenas de pessoas, normalmente pobres.
- A mídia, vampira sempre sedenta do sangue do maldito Ipobe, acorre pressurosa fingindo compaixão e a melhor das boas intenções.
- Abusando de closes e das perguntas feitas de propósito pra despertar a emoção registram e transmitem ao vivo, a cores e em tempo real, expressões de pânico, lágrimas de desespero, gritos de dor, queixas, ais, gemidos, lamentos, ranger de dentes, suspiros, sussurros, tudo, absolutamente tudo que eclodir das bocas escancaradas e olhos esbugalhados dos infelizes sobreviventes da tragédia.
- Sensacionalismo jornalístico tudo isso. Pior, reality-show criado com a intenção de vender produtos e serviços de qualidade duvidosa, especialidade das telenovelas e ópio do povo brasileiro há mais de 50 anos.
- Depois entram em cena os políticos, (político no Brasil, entenda-se ator-canastrão, da mesma laia dos das telenovelas, só que piores, porque não se apresentam como atores, mas como homens-e-mulheres-direitos-e-bem-intencionados) com suas promessas jamais cumpridas. Eles que deveriam ser punidos quando qualquer tragédia ocorresse, valem-se da última tragédia, para acrescentar dígitos à sua cotação-fama-ibope e com ela angariar futuros-votos para a futura reeleição. Fama de político no Brasil, todos sabem, é fruto só da publicidade e não da competência para administrar a coisa pública.
- Mas o tempo passa, a lama seca, a lágrima evapora, o sol reaparece, as promessas-névoas dissipam-se com o calor ou sopradas pela primeira brisa que advier e na próxima estação das chuvas o circo nacional reedita o mesmo espetáculo com um rótulo novo.
Os cientistas do mundo inteiro estão prevendo grandes cataclismos, fruto do aquecimento global, para um futuro próximo.
Talvez seja disso mesmo que precisamos no Brasil, um colossal-cataclismo-de-verdade que dizimasse, não 0,00025% da população, mas 50%. Nem sei se prefiro partir ou ficar. Sobreviver ou ser chacinado. Na dúvida jogo sempre a moeda. Joguei! Deu cara! Perdi! Partirei desta para melhor, no dizer da minha avó Balbina, junto com a metade da população sinistrada. Melhor pra mim. Melhor pra nós. Sobreviver a um cataclismo dessa grandeza é pior, muito pior que morrer. Nem queira saber, amigo leitor, que quadro de horrores seguir-se-ia a uma tamanha calamidade.
Após a hecatombe. A maior da história do planeta. 100 milhões de vidas humanas ceifadas de uma só feita! Imaginem que barbaridade.
Talvez... Eu disse talvez... Talvez a metade sobrevivente aprendesse a respeitar as leis, não dos homens, que essas são, sempre foram numerosas, rimando com duvidosas. Mas talvez a metade sobrevivente da população brasileira aprendesse a respeitar as leis da natureza que são poucas, simples, eternas e irrevogáveis. A primeira delas. Contra fogo de morro acima e água de morro a baixo, quem não se previne morre. Disse no prólogo deste texto e repito-o agora. Escrevi isto, que você acabou de ler espantado, amigo leitor, com todo o respeito pelas famílias das vítimas das violentas chuvas ocorridas nos últimos dias, em Teresópolis, cidade pela qual tenho a maior simpatia, desde que por lá passei uma única vez, a passeio, faz tempo isso... O que escrevi é simplesmente o que penso, após ter assistido pela "milésima" vez anteontem essa mesma ladainha de sempre. Chuva torrencial, desabamentos, mortes, destruição, assédio da imprensa sensacionalista, presença de políticos, promessas de ajuda, ao que seguir-se-á como de praxe, esquecimento, desleixo, reincidência.
EM PORTUGUÊS
Com todo o respeito pelas famílias das vítimas das violentas enxurradas acontecidas esta semana em Teresópolis quero dizer-lhes o seguinte.
( Quem estiver deprimido, ou for sensível demais à sinceridade, por favor, não leia o que vai escrito a seguir. )
- Cansei amigas e amigos!
- Cansei dessas antigas tragicomédias tantas vezes anunciadas e sempre, sempre repetidas no Brasil, como se fossem novas.
- Toda estação de chuvas é a mesma estória.
- Cai um temporal um pouco mais forte, do que o normal, em alguma cidade brasileira e no minuto seguinte edifícios, casas e barracos vêem abaixo matando dezenas, centenas de pessoas, normalmente pobres.
- A mídia, vampira sempre sedenta do sangue do maldito Ipobe, acorre pressurosa fingindo compaixão e a melhor das boas intenções.
- Abusando de closes e das perguntas feitas de propósito pra despertar a emoção registram e transmitem ao vivo, a cores e em tempo real, expressões de pânico, lágrimas de desespero, gritos de dor, queixas, ais, gemidos, lamentos, ranger de dentes, suspiros, sussurros, tudo, absolutamente tudo que eclodir das bocas escancaradas e olhos esbugalhados dos infelizes sobreviventes da tragédia.
- Sensacionalismo jornalístico tudo isso. Pior, reality-show criado com a intenção de vender produtos e serviços de qualidade duvidosa, especialidade das telenovelas e ópio do povo brasileiro há mais de 50 anos.
- Depois entram em cena os políticos, (político no Brasil, entenda-se ator-canastrão, da mesma laia dos das telenovelas, só que piores, porque não se apresentam como atores, mas como homens-e-mulheres-direitos-e-bem-intencionados) com suas promessas jamais cumpridas. Eles que deveriam ser punidos quando qualquer tragédia ocorresse, valem-se da última tragédia, para acrescentar dígitos à sua cotação-fama-ibope e com ela angariar futuros-votos para a futura reeleição. Fama de político no Brasil, todos sabem, é fruto só da publicidade e não da competência para administrar a coisa pública.
- Mas o tempo passa, a lama seca, a lágrima evapora, o sol reaparece, as promessas-névoas dissipam-se com o calor ou sopradas pela primeira brisa que advier e na próxima estação das chuvas o circo nacional reedita o mesmo espetáculo com um rótulo novo.
Os cientistas do mundo inteiro estão prevendo grandes cataclismos, fruto do aquecimento global, para um futuro próximo.
Talvez seja disso mesmo que precisamos no Brasil, um colossal-cataclismo-de-verdade que dizimasse, não 0,00025% da população, mas 50%. Nem sei se prefiro partir ou ficar. Sobreviver ou ser chacinado. Na dúvida jogo sempre a moeda. Joguei! Deu cara! Perdi! Partirei desta para melhor, no dizer da minha avó Balbina, junto com a metade da população sinistrada. Melhor pra mim. Melhor pra nós. Sobreviver a um cataclismo dessa grandeza é pior, muito pior que morrer. Nem queira saber, amigo leitor, que quadro de horrores seguir-se-ia a uma tamanha calamidade.
Após a hecatombe. A maior da história do planeta. 100 milhões de vidas humanas ceifadas de uma só feita! Imaginem que barbaridade.
Talvez... Eu disse talvez... Talvez a metade sobrevivente aprendesse a respeitar as leis, não dos homens, que essas são, sempre foram numerosas, rimando com duvidosas. Mas talvez a metade sobrevivente da população brasileira aprendesse a respeitar as leis da natureza que são poucas, simples, eternas e irrevogáveis. A primeira delas. Contra fogo de morro acima e água de morro a baixo, quem não se previne morre. Disse no prólogo deste texto e repito-o agora. Escrevi isto, que você acabou de ler espantado, amigo leitor, com todo o respeito pelas famílias das vítimas das violentas chuvas ocorridas nos últimos dias, em Teresópolis, cidade pela qual tenho a maior simpatia, desde que por lá passei uma única vez, a passeio, faz tempo isso... O que escrevi é simplesmente o que penso, após ter assistido pela "milésima" vez anteontem essa mesma ladainha de sempre. Chuva torrencial, desabamentos, mortes, destruição, assédio da imprensa sensacionalista, presença de políticos, promessas de ajuda, ao que seguir-se-á como de praxe, esquecimento, desleixo, reincidência.
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