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domingo, 17 de setembro de 2017

Estamos em plena* MAR...






- Será que algum de vocês já leu um poema mais belo e importante que "Navio Negreiro", (de autoria do jovem e genial baiano Castro Alves), escrito em português do Brasil?

- O poema começa todo cor de rosa assim:


O NAVIO NEGREIRO

'Stamos em plena* mar... Doudo no espaço 
Brinca o luar — dourada borboleta; 
E as vagas após ele correm... cansam 
Como turba de infantes inquieta. 

'Stamos em plena* mar... Do firmamento 
Os astros saltam como espumas de ouro... 
O mar em troca acende as ardentias, 
— Constelações do líquido tesouro... 

'Stamos em plena* mar... Dois infinitos 
Ali se estreitam num abraço insano, 
Azuis, dourados, plácidos, sublimes... 
Qual dos dous é o céu? qual o oceano?... 

'Stamos em plena* mar. . . Abrindo as velas 
Ao quente arfar das virações marinhas, 
Veleiro brigue corre à flor das* mares, 
Como roçam na vaga as andorinhas... 

Donde vem? onde vai?  Das naus errantes 
Quem sabe o rumo se é tão grande o espaço? 
Neste saara os corcéis o pó levantam,  
Galopam, voam, mas não deixam traço. 

Bem feliz quem ali pode nest'hora 
Sentir deste painel a majestade! 
Embaixo — a* mar em cima — o firmamento... 
E na* mar e no céu — a imensidade! 

Oh! que doce harmonia traz-me a brisa! 
Que música suave ao longe soa! 
Meu Deus! como é sublime um canto ardente 
Pelas vagas sem fim boiando à toa! 

Homens da* mar! ó rudes marinheiros, 
Tostados pelo sol dos quatro mundos! 
Crianças que a procela acalentara 
No berço destes pélagos profundos! 

Esperai! esperai! deixai que eu beba 
Esta selvagem, livre poesia 
Orquestra — é a* mar, que ruge pela proa, 
E o vento, que nos cabos assobia... 
.......................................................... 

Por que foges assim, barco ligeiro? 
Por que foges do pávido poeta? 
Oh! quem me dera acompanhar-te a esteira 
Que semelha na* mar — doudo cometa! 

Albatroz!  Albatroz! águia do oceano, 
Tu que dormes das nuvens entre as gazas, 
Sacode as penas, Leviathan do espaço, 

Albatroz!  Albatroz! dá-me estas asas.

Não sei se vocês notaram, mas Castro Alves citou nove vezes a palavra MAR nesta primeira parte do poema.

- Não sei se vocês notaram, mas eu troquei o gênero do MAR de masculino para feminino.

- Não sei se vocês notaram, mas eu substituí cordas por cabos.


Fernando Costa

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