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quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Só faz sentido existirmos, pra realizarmos nossas fantasias mais ousadas! - 30 posts contando a transat Jacques Vabre pra vocês





Vencedores da Transat Jacques Vabre na Class 40 - foto de Jean Marie Liot



- Boa noite amigas e amigos deste oceânico blog, dedicado à* divina* MAR, ao inteligente BARCO À VELA e ao sagrado MEIO AMBIENTE.

- Queria dizer-lhes que o sentido da vida pra mim é um só, realizar minhas fantasias e sonhos mais

ousados.

- Por exemplo?

- Adivinham qual era minha maior fantasia quando decidi percorrer por terra os 1049 Km que separam o Rio de Janeiro de Itajaí?

- Não?

 - Pasmem, declamar meus extratos favoritos da belíssima "Ode Marítima" de Álvaro (Fernando Pessoa) de Campos em homenagem aos cascudos* velejadores da Jacques Vabre, que eu considero verdadeiros heróis.

- Pois bem foi com inenarrável prazer que, em companhia do talentoso francês Jordane recitei os versos abaixo durante a entrega de prêmios da regata (antecedida por um lauto banquete) realizada no simpático Cabeçudas Iate Clube, no dia 20 de novembro de 2015.

- Muito obrigado pela oportunidade e pela confiança prezado Sr. Jandir Bellini, atual prefeito de Itajaí.

- Muito obrigado pela providencial intermediação gentil Juliana.

- Pensando bem, a performance desses marujos que cruzaram o Atlântico de norte a sul, ao longo de 5.400 longas milhas marítimas, a bordo de seus pequeninos-grandes-bólidos-alados é dez vezes mais ousada que a minha e a do Jordane.

- Só dez, digam cem, digam mil e eu concordarei.

Fernando Costa

EXTRATOS FAVORITOS  DA ODE MARÍTIMA

de Álvaro de Campos

Jordane

Les eaux m’appellent,
Les mers m’appellent.
Les lointains, d’une voix corporelle qui s’élève, m’appellent,
Les époques maritimes toutes ressenties dans le passé, se mettent à appeler.

Fernando

Ah, os paquetes, os navios-carvoeiros, os navios de vela!
Vão rareando - ai de mim! - os navios de vela nos mares!
E eu, que amo a civilização moderna, eu que beijo com a alma as máquinas,
Eu o engenheiro, eu o civilizado, eu o educado no estrangeiro,
Gostaria de ter outra vez ao pé da minha vista só veleiros e barcos de madeira,

Jordane

Eh matelots, gabiers ! eh hommes d’équipage, pilotes !
Navigateurs, marins, mousses, aventuriers !
Eh capitaines de navires ! hommes à la barre et sur les mâts !
Hommes qui dormez sur de rudes couchettes !
Hommes qui dormez avec le Danger qui guette aux hublots !
Hommes qui dormez avec la Mort pour traversin !
Hommes qui avez des tillacs, qui avez des ponts d’où regarder
L’immensité immense de la mer immense !

Fernando

Eh marinheiros, gajeiros! eh tripulantes, pilotos!
Navegadores, mareantes, marujos, aventureiros!
Eh capitães de navios! homens ao leme e em mastros!
Homens que dormem em beliches rudes!
Homens que dormem com o Perigo a espreitar pelas vigias!
Homens que dormem com a Morte por travesseiro!
Homens que têm tombadilhos, que têm pontes donde olhar
A imensidade imensa do mar imenso!

Jordane

Eh manipulateurs des grues de charge !
Eh ameneurs de voiles, chauffeurs, garçons de bord !
Hommes qui mettez la cargaison en cale !
Hommes qui enroulez les câbles sur le pont !
Hommes qui nettoyez les métaux des écoutilles !
Hommes de la barre ! hommes des machines ! hommes des mâts ! 

Fernando

Eh manipuladores dos guindastes de carga!
Eh amainadores de velas, fogueiros, criados de bordo!
Homens que metem a carga nos porões!
Homens que enrolam cabos no convés!
Homens que limpam os metais das escotilhas!
Homens do leme! homens das máquinas! homens dos mastros!
Eh-eh-eh-eh-eh-eh-eh!
Eh François Gabart !
Eh Pascal Bidégorry !

Jordane

Espèce à casquette ! Espèce en tricot !
Espèce aux ancres et aux drapeaux croisés brodés sur la poitrine !
Espèce tatouée ! Espèce la pipe au bec ! Espèce du bastingage !
Espèce noircie par tant de soleil, tannée par tant de pluie,
Aux yeux décolorés par tant d’immensité devant eux,
Aux visages audacieux par tant de vents qui les ont battus pour de vrai !
Eh-eh-eh-eh-eh-eh-eh!
Eh Erwan Le Roux !
Eh Giancarlo Pedote !


Fernando

Gente de boné de pala! Gente de camiseta de malha!
Gente de âncoras e bandeiras cruzadas bordadas no peito!
Gente tatuada! gente de cachimbo! gente de amurada!
Gente escura de tanto sol, crestada de tanta chuva,
Limpa de olhos de tanta imensidade diante deles,
Audaz de rosto de tantos ventos que lhes bateram a valer!
Eh-eh-eh-eh-eh-eh-eh!
Eh Eduardo Penido
Eh Renato Araújo

Jordane

Hommes qui avez vu la Patagonie !
Hommes qui êtes passés par l’Australie !
Qui vous êtes remplis les yeux de côtes que je ne verrai jamais !
Qui avez atterri sur des terres où je ne descendrai jamais !
Hommes de la mer actuelle ! hommes de la mer passée !
Commissaires de bord ! Esclaves des galères !Combattants de Lépante !
Pirates du temps de Rome ! Navigateurs de la Grèce !
Phéniciens ! Carthaginois ! Portugais propulsés de Sagrès !
Vers l’aventure indéfinie, vers la mer Absolue, vers la réalisation de l’impossible !
Je vous salue, je vous salue, je vous salue !
Eh Yannick Besthaven!

Eh Pierre Brasseur!


Fernando

Homens que vistes a Patagônia!
Homens que passastes pela Austrália!
Que enchestes o vosso olhar de costas que nunca verei!
Que fostes a terra em terras onde nunca descerei!
Homens do mar atual! homens do mar passado!
Comissários de bordo! escravos das galés! combatentes de Lepanto!
Piratas do tempo de Roma! Navegadores da Grécia!
Fenícios! Cartagineses! Portugueses atirados de Sagres
Para a aventura indefinida, para o MAR Absoluto, para realizar o Impossível!
Eh-eh-eh-eh-eh-eh-eh-eh-eh!

Jordane

Je vous salue, je vous salue, je vous salue !
Eh-eh-eh-eh eh! Eh eh-eh-eh eh! Eh-eh-eh-eh-eh-eh eh!
Eh lahô-lahô laho-lahá-á-á-à-à!

Fernando 

Eu vos saúdo ! Eu vos saúdo!
Eh-eh-eh-eh eh! Eh eh-eh-eh eh! Eh-eh-eh-eh-eh-eh eh!
Eh lahô-lahô laHO-lahá-á-á-à-à!

Jordane

Je veux partir avec vous, je veux partir avec vous, 
En même temps avec vous tous, 
Partout où vous êtes allés !
Je veux affronter de front vos périls, 
Sentir sur mon visage les vents qui ont ridé les vôtres, 
Recracher de mes lèvres le sel des mers qui ont embrassé les vôtres, 
Prêter mon bras à vos manoeuvres, partager vos tempêtes, 
Comme vous arriver, enfin, en des ports extraordinaires !
Fuir avec vous la civilisation ! 
Perdre avec vous la notion de morale ! 
Sentir se transformer au large mon humanité !

Fernando 

Quero ir convosco, quero ir convosco,
Ao mesmo tempo com vós todos
Pra toda a parte pra onde fostes!
Quero encontrar vossos perigos frente a frente,
Sentir na minha cara os ventos que engelharam as vossas.
Cuspir dos lábios o sal dos MARES que beijaram os vossos,
Ter braços na vossa faina, partilhar das vossas tormentas,
Chegar como vós, enfim, a extraordinários portos!
Fugir convosco à civilização!
Perder convosco a noção da moral!
Sentir mudar-se no longe a minha humanidade!

Jordane

Boire avec vous dans des mers du Sud
De nouvelles sauvageries, de nouvelles révoltes de l'âme, 
De nouveaux feux centraux dans mon esprit volcanique !
Partir ave cvous, me défaire de moi - ah, fous le camp, fous le camp d'ici ! –
De mon habit de civilisé, de mes façons doucereuses, 
De ma peur innée des prisons, 
De ma vie pacifique, 
De ma vie assise, statique, réglée et corrigée !

Fernando

Beber convosco em mares do sul
Novas selvajarias, novas balbúrdias da alma,
Novos fogos centrais no meu vulcânico espírito!
Ir convosco, despir de mim - ah! põe-te daqui pra fora! -
O meu traje de civilizado, a minha brandura de ações,
Meu medo inato das cadeias,
Minha pacífica vida,
A minha vida sentada, estática, regrada e revista!

Fernando/Jordane

A la mer, à la mer, à la mer, à la mer !
Eh ! Jetez à la mer, au vent, aux vagues...
Ma vie!

Fernando/Jordane

Na mar, na mar, na mar, na mar,
Eh! pôr no MAR, ao vento, às vagas,
A minha vida!


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