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domingo, 19 de outubro de 2014

"Poluição invisível" - "30 termos da trágica equação do "Verdadeiro Apocalipse"" 19


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"Poluição invisível" - Envenenamento da água potável por poluentes derivados de fármacos e cosméticos

Onde vão parar os resíduos dos remédios, dentifrícios, cremes, sabonetes? Na água da descarga dos vasos sanitários ou dos chuveiros uma torrente de
princípios ativos tóxicos termina na água dos rios e lagos, nos lençóis freáticos, na irrigação das culturas agrícolas

Na Itália, análises recentes das águas da província da Lombardia, e dos sedimentos encontrados nos rios Po, Lambro e Adda, bem como nos aquedutos das cidades de Varese e de Lodi, revelaram a presença em altas doses de antibióticos, antitumorais, anti-inflamatórios, diuréticos, ansiolíticos, medicamentos anticolesterol, sem falar das substâncias hormonais. As autoridades sanitárias da região ficaram de cabelos em pé. A primeira pergunta que veio à tona não poderia ser outra: essa poluição se limita à Itália do Norte? A resposta, infelizmente, é não. Ela está hoje em toda parte, em todos os países, em todos os continentes. O Brasil está bem longe de ser exceção à regra.

Onde vão parar os restos de dentifrícios, cremes e sabões? Os fármacos que eliminamos com as fezes e a urina? As drogas, os conservantes de comidas e bebidas? Tudo acaba na água: a partir das descargas dos vasos sanitários, das banheiras e duchas, dos tanques e máquinas de lavar roupa, toda essa enorme carga de produtos químicos e princípios ativos farmacêuticos termina nos rios, nos mares, nos lagos, nos lençóis freáticos e na água usada para a irrigação das lavouras agrícolas. A cada dia, novos estudos confirmam consequências alarmantes, particularmente sobre a sexualidade e o sistema reprodutivo dos peixes e dos anfíbios. Produzem as mesmas consequências em nós? Podemos prescindir dessas substâncias?

Desde 2008, um grupo de pesquisadores da Washington State University (Seattle, EUA) mede a concentração de temperos e especiarias nas águas do Pacífico diante da cidade e descobriu que ela varia segundo as datas e épocas do ano. Por exemplo, há uma concentração de timo e sálvia no Dia de Ação de Graças, quando se tempera o tradicional peru comemorativo; as concentrações de chocolate e baunilha aumentam todos os finais de semana, depois das festas e jantares; a canela aparece durante o longo inverno, quando o consumo de doces aumenta; logo depois do feriado de 4 de julho as águas ficam impregnadas com resíduos de caramelo e pipoca. 

Não se trata em absoluto de uma pesquisa idiota, desprovida de sentido prático. O sentido dela é demonstrar como cada um dos gestos que desempenhamos no quotidiano acarreta algum efeito nos ecossistemas aquáticos, pois eles são o endereço final dos resíduos de todas as atividades humanas. Este é um conceito bem conhecido, mas a novidade hoje é que os cientistas dispõem de novas tecnologias de análise capazes de “cheirar” substancias presentes na água até mesmo quando existem apenas pequenos traços delas. E enquanto falamos de temperos de cozinha tubo bem, mas nas águas dos mares e dos rios existem infelizmente um sem número de resíduos químicos de conservantes, cosméticos, fármacos e drogas. 

Os especialistas as chamam de PPCP (Pharmaceuticals and Personal Care Pollutants, ou seja poluentes derivados de fármacos e cosméticos): uma gama de produtos que engloba cremes para o corpo, medicinais, conservantes alimentares, desinfetantes, filtros solares, aromas artificiais, etc. Ou seja, um leque muito amplo de substâncias diversas que no entanto compartilham algumas características: estão presentes em milhares de produtos que encontramos inclusive nas prateleiras dos supermercados. São em geral substâncias muito ativas no metabolismo dos seres vivos; são difíceis de individuar porque se encontram diluídas milhares de vezes mais dos poluidores tradicionais; não podem ser filtradas pela maior parte dos depuradores atuais, projetados para bloquear poluidores mais... LINK


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